quinta-feira, 16 de abril de 2009

Caminhada


Perfeita a manhã,
Aquela que surgiu com o despertar
Ainda sonolento do Sol...
Grandiosa a manhã
Pela qual começo
A verdadeira jornada da vida...
E pela qual irei caminhar
Até a Lua vier desejar
Boa noite.
Deambulo sobre montes, vales
Planícies, mares... de cores
Quentes que me fazem alcançar
Uma sensação inexplicável.
O vento bate na minha face
Já velha, com marcas do tempo,
Profundas, que delimitam bem o meu rosto...
Não temo a morte!
Já vive e senti sentimentos
Que ninguém poderá sentir
Ou viver por mim.
Ninguém poderá compreender
Como eu, a maré bater contra as rochas
Num dia de Inverno...
As folhas serem levadas pelo vento...
O nascer de uma flor após longa espera...
São as pequenas coisas que mudam
O nosso pensar... o nosso sentir...
Porém agora estou preparado para partir!
Os dias já passam por mim,
E por mais belos que o pôr-do-Sol
E o nascer da Lua sejam...
Já não são tão magnificos
Do que a primeira vez que os vi...
A primeira vez que os partilhei...
Mas não me entristece!
Ainda posso tocar naquela linha do horizonte
Dos meus sonhos onde lá estava eu... e ela...
O pôr-do-Sol e o nascer da Lua...
Suspiro...
A Lua surge ainda tímida
Por detrás do manto negro do céu.
É hora de ir.



segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Choro

Era noite,
Fria e desagradavel,
Não havia retorno.
A decisão fora tomada!
As palavras foram ditas...
E ele tinha toda a razão,
Mas ela nunca o ouvira...
Gritaram e proferiram palavras
Tão amargas e tão cheias de rancor,
Que o magoa tanto só de recordar.
Lembra-se que fazia exactamente
Um ano que deixara de ter uma vida pacifica.
Ela mudou, não era a mesma pessoa,
A qual pediu para partilhar a vida.
Não, ela parece ter ficado
Numa outra recordação.

"Peço-te volta para casa... estou farta de estar só
e não suporto o hesitar contínuo do teu silêncio.
Perdi parte de mim ...mas a tua teimosia
parece ser muito mais forte que aquilo
Que construímos..."
Aquelas palavras eram apenas veneno.
Toda aquela vida partilhada
Não passou de uma mentira.
Ela fingira que nada se passara,
Mas trocou-o... traiu-o...
Construiu um outro sonho
Distante daquele com uma outra pessoa
Que não ele...

Todas as noites ele sobreviveu
Num inferno vivo para suportar
A dor que o coração dele tentava matar...
As noites eram longas...
Os dias pareciam ter parado...
Tentou culpar-se a si mesmo
Por não ter estado presente...
Porém a culpa não era dele.


O sonho partiu...
A dor persistiu...

Hoje nas noites mais calmas
Parece ainda ouvir-se
O choro dele a sussurrar pelo amor dela...
Continuar-se-á a ouvir eternamente
Até a alma dele encontrar descanso
E poder finalmente sorrir...